terça-feira, 7 de abril de 2009

João Gilberto do Prado Pereira de Oliveira

Depois de uma larga interrupção, graças à lembrança do asperezas, aqui deixo um Senhor.


Desde que me lembro, que os meus tios ouvem João Gilberto. Os discos chegavam do Brasil, acabadinhos de saír e tocavam ad eternum para meu deleite. Existem k7's comigo a cantar por cima dele, entre outras, o Pato.

Quando ele veio a Portugal, em meados dos anos 80 dar uma série de concertos, lá estava eu, com a minha tia, à espera de o ouvir. Na plateia do Coliseu dos Recreios, gente ilustre: Sérgio Godinho, Rui Veloso... Não é segredo para ninguém o feitio especial de João Gilberto e o perfeccionista que sempre foi.

Começado o concerto, nada de palmas quando a música arrancava e muito menos cantar. Ali, ouvia-se e calava-se. Quem quisesse, batesse palmas no fim da música. À segunda música, começam as queixas: não me escuto, trocaram a posição da orquestra, tou longe, enfim, o géniozinho a revelar-se. Ao fim de algumas (poucas para todos) músicas, o músico pega na viola e sai palco fora, para não mais voltar, perante a estupefacção de todos. Pensei tratar-se de um encore, mas nada...

Rezam as crónicas que, no dia seguinte, tendo tudo como queria, o concerto foi memorável. Mas, hoje, passado tantos anos, posso dizer com orgulho que vi ao vivo, por breve que tenha sido, a voz da Bossa Nova. Aquele que terá sido o seu melhor intérprete.

Para quem não tenha, recomendo vivamente o disco ao vivo gravado no Carnegie Hall, com Stan Getz, outro génio do saxofone.


Aqui fica Wave (incorrectamente referido como Vou-te contar)



"Vai minha tristeza e diz a ela, que sem ela não pode ser...
... Chega de saudade, a realidade é que sem ela não há paz, não há beleza..."
Beleza é João Gilberto




Para terminar, outra que eu cantava até doer:
"Samba da minha terra, deixa a gente mole..."

1 comentário:

asperezas disse...

:D

vês? é sempre melhor uma 2ª edição...